Perseguição no Sonho

Uma noite na cidade desconhecida, com fragmentos de cidades que eu já morava, encontrei-me numa perseguição envolvida pelo medo. Sentia o temor de acordar e tudo não passar de um sonho, mas por que um homem temeria acordar de um pesadelo? O que há por traz de um sonho tão ruim que seja mais assustador do que uma criatura te caçando?


Eu caminhava confiante pelas ruas molhadas quando um carro amarelo se aproximou de mim e um homem simples, que vestia uma bermuda e camisa comum saiu de dentro do carro e eu senti seus sentimentos. Ele desejava me destruir como se fosse a a coisa mais natural que ele podia fazer. Não havia resquício de nenhum remorso ou autoavaliação em seus sentimentos. Não havia nem mesmo dúvida ou afirmação. Era como se ele fosse um personagem criado apenas para destruir e nada mais.

Ele mexeu na parte de trás de sua cintura como se fosse tirar uma arma, eu não fiquei para esperar, corri. De repente vi pedras caindo em minha direção e quando olhei para o homem ele estava abaixando e pegando mais pedra para jogar em mim. Peguei uma dessas pedras tentei jogar nele, mas eram pesadas demais.

Continuei a correr. Meu pensamento é de que ele era um defensor que ali estava para defender o mal que eu já experimentei, como se eu fosse um profanador da maldade. E o meu erro foi ter insultado o mestre de toda a maldade que existe dentro do meu ser. Senti-me um traidor entre os traiçoeiros, mas não me senti parte deles, é como se eu estivesse os ofendendo.

Eu corria na rua, virei em um beco e senti-o mais perto de mim, quando ele estava a ponto de me alcançar uma criatura o segurou e lutou contra ele. A criatura surgiu bem na hora, veio numa cena de resgate e salvação, ela era branca. O homem se transformou em uma criatura negra. Os dois lutavam.

Enquanto isso corri. Ganhei toda força que eu esperava ter em uma fuga. Senti que a criatura maligna tinha deixado de lutar para me perseguir. Enquanto eu ia deixando para traz, entrando em ruas, quintais e pulando grades. Até que finalmente me senti aliviado.

Pulei a grade de um apartamento em direção a rua, avistei longe uma avenida movimentada, senti que no meio da multidão eu podia me esconder. Peguei um ônibus, mas esse logo parou poucas estações depois, era um ônibus clandestino e eu tive que descer e procurar meu destino a pé. Eu estava numa rua escura, vi dois jovens que me lembrava aquele homem.

Pouco tempo de caminhada, entrei em outro ônibus que me levou para uma parte da cidade, perto de onde já morei há muito tempo atrás. Olhei ao meu redor e reconheci uma casa bem aberta e espaçosa que estava para alugar, um de meus amigos já tinha morado ali com sua família. A casa ia até o outro lado do quarteirão, sua outra entrada dava de frente a uma avenida. Quando entrei para cruzá-la, percebi um colega de trabalho chegando na casa, como se tivesse acabado de alugá-la e a mulher dele, uma deficiente física, meio anã e toda torta, estava ali também.

Eu não vi mais as criaturas e nem mais me senti com medo. Acordei do meu sonho, melhor direi, pesadelo. Meus olhos tinham pesar em abrir, cansados, mas obedientes, com dor, mas cheios de sua própria consciência. Era uma hora da manhã, levantei e fui jantar.

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