A História de Andino - 1º ATO (parte 1)

Capítulo 1 – Ilusionismo

Nasce um menino, no início do reinado de João. Filho de pais desconhecidos foi deixado ainda quando bebê em uma aldeia chamada Random.
O bebê foi acolhido amistosamente pelos moradores que lá viviam. Eram poucos e viviam sem luxo. A aldeia era conhecida por ter a melhor escola de mágicos da região.
Foi adotado pelo grão-mestre da escola de magia, Tomás Trankio. O garoto cresceu e se desenvolveu em uma rotina saudável. Porém sempre foi um menino resguardado, metido consigo mesmo. Após ingressar em seu aprendizado na escola adaptou a si mesmo o nome de Ikko Habnool. E então começou a imaginar um mundo onde ele não seria apenas mais um e sim “O” um.



Tomás – Como? Será possível que chegue o dia em que a simples conduta de passivo e prestativo não será uma barreira tão grande a ti?
Ikko – Sim, será! Tanto será possível, como já é!
Você, Tomás, é como uma trouxa furada de um andante. Antes que caia a lua, obrigando-o a parar, perde tudo que foi por ti adquirido a caminho de seu leito. Já te esqueceste como brilham seus castiçais? E suas facas? Tão afiadas não se encontram nem na boca dos animais mais destemidos das fábulas errantes.
Tomás – És um ingrato de boca cheia!
Ikko – Você me frustra, Tomás.

Em seus registros secretos, declarava abertamente seus sentimentos mais profundos.

“Sua incomparável crueldade consigo, a fim de encontrar erros e quedas, faz-me chorar. Choro, pois vê-lo sofrer dói à alma e também o que ele almeja não se equivale nem a um terço do que eu almejo. Devo crescer!”

À beira de um abismo estou, vendo tudo ao meu redor, mas me sentindo num paraíso por poder estar só. Tão só, tão só. Tão só, tão só. Reflito sobre a vida, sobre o que poderei fazer, mas sei não tenho saída. Terei apenas que viver nesse mundo de rotina onde sou preso por vocês, pra mim isso não é vida, mas não sei como viver.
Preciso parar pra pensar, mas o tempo passa e nada muda. Preciso me libertar para ver o mundo diferente disso tudo que todos estão acostumados

Feito de uma só alma, nasci. Feito de um só corpo, morri.

No início de sua mocidade resolveu fazer seus próprios caminhos e deixou a aldeia. Pensava em ser um grande ilusionista, reconhecido por todos. Foi perambulando de aldeia em aldeia fazendo apresentações, a fim de ganhar fama e dinheiro.
Ao noroeste de Random, em Kolkuti, após uma exibição de seus talentos foi abordado por um alfaiate.

Alfaiate – Ikko, não é esse seu nome?
Ikko – Sim, o que quer alfaiate?
Alfaiate – Sinto-me gratificado por ter visto essa sua singela apresentação aqui no bar da Tulti.
Ikko – O que faço senhor, até mesmo um mascate faria. Não obstante, exigisse muito tempo cobiçar ser o melhor. Diga o que quer, ou irei embora, tenho muito a fazer.
Alfaiate – Vejo que é de um faro rápido, portanto vou dizer do que se trata meu diálogo contigo. Fechemos um trato! Prometo te dar a mais bela roupa que podes imaginar, em troca passarás três noites se apresentando, a fim de transformar a aldeia de Kolkuti em um lugar conhecido pela diversão.
Ikko – Meus serviços não transformam uma cidade, porém se quer fazer negócios comigo, aceito, desde que me arranje um lugar para tomar como minha moradia no tempo em que eu estiver aqui e que esteja repleta de provisões.
Alfaiate – Se essas são as suas condições, temos agora um trato! Andemos até minha casa, ficará lá. (Saem os dois)
Ikko – Está é a sua casa?
Alfaiate – Sim, espere que vou te anunciar.

O alfaiate entra em sua casa e fala a Ofélia sua mulher:

Alfaiate – Ofélia, eu já encontrei o que procurava. É um mágico e ele é realmente bom. Isso trará mais movimento a minha alfaiataria, além do mais, se ficar famoso, dirá a todos que comprou sua roupa aqui.
Ofélia – Bom é você, meu marido, que enxerga o que o olho não vê, como se o futuro estivesse em suas mãos e sem usar truques.
Alfaiate – Vou chamá-lo.

Então entra Ikko com o alfaiate.

Alfaiate – Quero que conheça a minha esposa, Ofélia.
Ofélia – Olá senhor!
Ikko – Olá madame. – Ikko olha nos olhos de Ofélia Se você me permite Alfaiate. Você é única. Tua beleza me traz uma sensação de estar em uma fábula, daquelas que são contadas a fim de divertir reis, em que a jovem aparece numa forma celestial, intocável e incomparável.
Ofélia – Não me venha com essas vãs cortesias, um sorriso apenas seria um grande alegro a mim.
Alfaiate – Ora! O rapaz tenta ser cordial contigo e não aceita minha esposa. Prometi a ele que teria uma ótima estadia em nossa casa, pois trate de ser gentil e vá buscar algo para comermos.

Ofélia sai para fazer a comida enquanto o alfaiate tenta, sem sucesso, saber mais a respeito da vida do jovem mágico. O jantar fica pronto e todos vão para a mesa.
Alfaiate – Diga-me, meu jovem, onde arrumou talento inigualável? Se não estou louco, a cidade onde se encontram grandes mágicos é Random, estou certo?
Ikko – Sim, tanto está certo em sua loucura, como de minha por amorar-me em Random.
Ofélia – Não entendo o que leva alguém seguir passos tão estreitos como a de um mágico. Já que deves ganhar, ou por acasos perder, a vida com essa arte.
Ikko – Em nada perco nada. Por que você não me diz o que faz com o seu tempo? Não o perde cuidando dos pertences de seu marido? Ou ganhaste investindo em sua casa para que o pobre alfaiate faça seu papel em te resguardar e manter-te com o próprio suor? Digo-te: a ilusão não é coisa minha e sim da vida que leva. Atrás de minhas costas sei o que me espera e você da sua?
Alfaiate – Da minha terá você se eu não fizer tua roupa! (risos) Amanhã até que a lua nasça você vai estar com sua nova e interessante roupa. Por agora, vou te levar ao seu aposento – o alfaiate olha para Ofélia e diz – Trate de arrumar a mesa.

Todos se recolhem em seus aposentos.

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