A História de Andino - 2º ATO (parte 4)

Só existem dois estados de espírito. Aquele que te engorda e aquele que te emagrece. Eu vivia o que emagrecia e que me deixava com uma coloração amarelada.

Descubro em um dia que tenho feridas assim como todos tem, mas que as nego como poucos. No mesmo dia descubro a importância da pessoa que está ao meu lado há muito tempo e que apenas agora venho notando. Começo a compreender que viver não é compreender e sim viver. Amanhece e o trabalho árduo vem, nele trabalho por outros vinténs também. Coisas pessoais onde estão algumas daquelas cicatrizes escondidas, resolvo então receber ajuda e sou ajudado. A noite chega novamente e encarar de frente aquela pessoa que se fez de importante em minha vida, foi bom. Achei que neste momento teria vergonha de olhá-la, mas não foi. Um pouco mais tarde com os colegas, descubro outra coisa. Sou falso! Tão falso que me enganava com risadas e comentários sem relevância, sem atenção por gostar do que é tratado e sem críticas por não gostar do desgostado. Apenas tentando compreender qual sentimento eu deveria ter na hora em que as coisas acontecem. Viver não é compreender e sim viver.
Amanheceu novamente e fiquei perdido, sem saber o que pensar de mim mesmo, sem saber agir, com vergonha e com raiva ao mesmo tempo. Disse ao espelho:

Andino – Olá, meu nome é Andino.

Porém dessa vez eu não me senti bem, porque eu estava me reconhecendo.

Andino – E agora?

Eu não sei, simplesmente. E agora? O espelho desgostou, logo pela manhã. O cabelo estava como sempre, meio bagunçado, os olhos ainda vermelhos e a cabeça ainda nada sã. Abria aos pouco os olhos que estavam desgostosos.

Andino – Quem é você?

O espelho estava com uma cara desconhecida.

Andino – O que quer você ver?

Senti um temor ao ver minha face amanhecida.
Tudo o que eu desenhara para mim ainda está lá. Desenhei sem saber seu fim, o resultado agora me desagrada. Aprendo agora que na vida você não se faz para viver e sim ela te faz para viver. Não sei ainda se o que digo é fato.
Olho pro espelho e como diz uma amiga penso:

Andino – O que é... palhaço?

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