A História de Andino - 3º ATO (parte 1)
Capítulo 3 – O Amigo
Então tropecei tão feio quando estava descendo a escada que caí até o seu começo e olhando para cima vi que foi o mundo que me passou uma rasteira. Eu estava todo dolorido e com muito medo dele que resolvi então fechar os olhos para não ver mais aquele terrível mundo que me fez chorar tanto. Por quatro longos anos de minha vida eu fiquei lá com os olhos fechados, ileso a todos os tipos de visões aterrorizadoras. Existiam algumas pessoas que queriam subir a escada, eu apenas me arrastei para um canto onde ninguém pudesse me ver e fiquei lá.
A escada mais curta tem a pressa de lá de cima voar, todos a procuram e se elevam, mas esquecem de dois passos para traz sempre dar. Suba e desça a toda hora e traga a sua cabeça para poder se curar.
O subsolo você terá que enfrentar com porcos e ratos para no buraco dos mesmos entrar. Nunca se vai aos pensamentos que se elevam sem nada em troco dar.
A questão da vida é mais uma tabuada sem saída, nunca queira com a do nove começar. Sempre tente um vezes um e veja no que vai dar.
Mundo futuro, homem passado, relatos de uma discordância de um mal amado. Homem sem futuro, planeta sem passado, olhe para traz e veja o vazio que está esse buraco.
Na outra escada você nada encontrará apenas degraus e degraus que sempre enfrentará. As luzes apagadas são só um apetrecho, a história é sempre diferente e gozada. Uns se desviam do caminho e outros param na escada. É difícil de encontrar aquele que sempre continua a caminhar.
E quando se abre a cortina indexada ao sofrimento se vê a dor, agonia e alegria do sangrento monumento do terraço alheio.
Não obstante, depois de quatro anos parado somente imaginando para onde iriam aquelas escadas eu resolvi abrir os olhos e vi que havia muitas pessoas que já haviam subido a escada, mas uma das pessoas estava prostrada na minha frente de pé, olhando-me como se estivesse me esperando. Intrigado eu perguntei:
Andino – O que você quer?
Amigo – Te ajudar!
Pela primeira vez na minha vida alguém não subiu a escada toda. Isso para me dar a chance de subir também. Então aceitei a ajuda e subi, logo vi que as pessoas estavam muito felizes por eu estar lá, então percebi que ninguém havia me ajudado porque eu estava escondido no canto e aquele era a única pessoa que sabia onde eu estava.
Não neguei a sua ajuda e então hoje posso ver outro mundo. Não aquele que imaginei da primeira vez, nem o que me derrubou, não esses que nos faz olhá-lo de baixo para cima, mas vi outro mundo em que eu olho para o lado e sempre vejo um apoio. Onde todas as pessoas sobem a mesma escada e fará de tudo para que eu suba junto com eles, um mundo fictício ou raro de se enxergar, não sei.
Viver o futuro ou construir o passado? Nas buscas errantes as perdas podem ser frustrantes. Bem como quando vi um caminhante em uma busca incessante.
O caminhante descia vagarosamente pela estrada com a cabeça baixa. Parecia estar com cálculos e buscas na mente. Passou por mim e nem notou que eu o olhava. Tinha uma chave na mão. Eu peguei o primeiro suspiro e entrei em seu coração.
Ele procurava cinco livros para abrir, eu não entendia o que significava. Pude-me ver olhando-o ali passando vagarosamente naquela estrada.
Por vários lugares ele passou. Por pomares, altares e casas. Em nenhum deles ficou. O caminhante então encontrou o que procurava.
Estava escondido de baixo de uma mesa cheio de poeira e todo esquecido, brilhante e formosa sua beleza, tão jogado e precioso parecia ser aquele livro.
Então ele o abriu e para o meu espanto, outra chave. Dali rapidamente partiu como se fosse uma ave.
Logo encontrou mais um livro e nele outra chave se encontrava, assim foi perdendo quilos viajando pela bela estrada.
Enfrentou chuvas e calos, raptou uvas e rosas, achou unhas e cravos e damas o afastando outrora.
Por não saber se era a estrada correta algum tempo levou. Ali sua fome começava e ali sua sede terminou.
Encontrou mais adiante os livros que faltavam e o último mais que brilhante em sua frente se prostrava.
Abriu com sua última chave o exemplar que encontrara. Ali uma imagem de um menino que buscava. Na imagem ele era o menino que, no caminho, para o caminhante olhava.
Sempre fui esse caminhante. Ao ver a minha imagem descobri o porque de eu não apoiar a profanidade e nem ser tão libertino. Amei a inocência que vira e decidi segui-la. Há um conjunto de regras e alianças me filiei. Então a moralidade e virtude eu defenderei.
Agora sou um homem bom, digo, aquele é. O dia é claro, claro! O homem é bom, digo daquele. Nem todos são, claro. Mas o homem, aquele, é.
Em seus dias ele é raro, ajuda amigos, desconhecidos e farrapos. Usa sempre de um bom julgar e normalmente quando falha sabe que o arrependimento sempre vem bem a calhar.
Debaixo do Sol anda sem cessar. Incansável ao mundo sabe se doar. Ao entardecer retorna à sua casa para a cama, o depósito de seu lar.
O bom homem, aquele, toda a noite em seu quarto derrama rios de lágrimas e deixa todo o colchão ensopado. Segue assim há anos, tanto tempo isso se passou que em seu colchão se formou com as lágrimas da dor a silhueta do seu próprio corpo.
Uma noite a mais chegando em casa o homem, aquele, notou que sua silhueta no colchão não mais estava. Poderia ter pensado que alguém limpara aquele colchão, porém o homem, aquele, ele mora com a solidão.
Ouvindo um barulho estranho do outro cômodo foi entrando uma criatura de infinita particularidade, com um olhar de familiaridade.
A criatura não era sólida e nem gasosa. Soube ele então que era real, ela era agradável, uma criatura sensacional.
Os dois conversaram a noite toda, ficaram amigos e companheiros. Agora mais uma prova de que esses dois fazem parte do mesmo.
O homem, aquele, adormeceu já muito tarde. Quando acordou notou que a silhueta estava de volta ao colchão, mas agora pela metade. Sentiu o seu corpo suando para dentro e absorvendo-se de acordo com sua vontade.
Tenho um tempo único agora, bom, feliz. O meio de um começo, um tempo meu. Vivo-o na ignorância, sem esperança. Desperdiço-o nas minhas incertezas, em minhas dúvidas.
Ganhei uma vida, uma chance nova. Duas oportunidades de nascer. Nasci, cresci. Sou um menino agora, mas já era homem.
Então tropecei tão feio quando estava descendo a escada que caí até o seu começo e olhando para cima vi que foi o mundo que me passou uma rasteira. Eu estava todo dolorido e com muito medo dele que resolvi então fechar os olhos para não ver mais aquele terrível mundo que me fez chorar tanto. Por quatro longos anos de minha vida eu fiquei lá com os olhos fechados, ileso a todos os tipos de visões aterrorizadoras. Existiam algumas pessoas que queriam subir a escada, eu apenas me arrastei para um canto onde ninguém pudesse me ver e fiquei lá.
A escada mais curta tem a pressa de lá de cima voar, todos a procuram e se elevam, mas esquecem de dois passos para traz sempre dar. Suba e desça a toda hora e traga a sua cabeça para poder se curar.
O subsolo você terá que enfrentar com porcos e ratos para no buraco dos mesmos entrar. Nunca se vai aos pensamentos que se elevam sem nada em troco dar.
A questão da vida é mais uma tabuada sem saída, nunca queira com a do nove começar. Sempre tente um vezes um e veja no que vai dar.
Mundo futuro, homem passado, relatos de uma discordância de um mal amado. Homem sem futuro, planeta sem passado, olhe para traz e veja o vazio que está esse buraco.
Na outra escada você nada encontrará apenas degraus e degraus que sempre enfrentará. As luzes apagadas são só um apetrecho, a história é sempre diferente e gozada. Uns se desviam do caminho e outros param na escada. É difícil de encontrar aquele que sempre continua a caminhar.
E quando se abre a cortina indexada ao sofrimento se vê a dor, agonia e alegria do sangrento monumento do terraço alheio.
Não obstante, depois de quatro anos parado somente imaginando para onde iriam aquelas escadas eu resolvi abrir os olhos e vi que havia muitas pessoas que já haviam subido a escada, mas uma das pessoas estava prostrada na minha frente de pé, olhando-me como se estivesse me esperando. Intrigado eu perguntei:
Andino – O que você quer?
Amigo – Te ajudar!
Pela primeira vez na minha vida alguém não subiu a escada toda. Isso para me dar a chance de subir também. Então aceitei a ajuda e subi, logo vi que as pessoas estavam muito felizes por eu estar lá, então percebi que ninguém havia me ajudado porque eu estava escondido no canto e aquele era a única pessoa que sabia onde eu estava.
Não neguei a sua ajuda e então hoje posso ver outro mundo. Não aquele que imaginei da primeira vez, nem o que me derrubou, não esses que nos faz olhá-lo de baixo para cima, mas vi outro mundo em que eu olho para o lado e sempre vejo um apoio. Onde todas as pessoas sobem a mesma escada e fará de tudo para que eu suba junto com eles, um mundo fictício ou raro de se enxergar, não sei.
Viver o futuro ou construir o passado? Nas buscas errantes as perdas podem ser frustrantes. Bem como quando vi um caminhante em uma busca incessante.
O caminhante descia vagarosamente pela estrada com a cabeça baixa. Parecia estar com cálculos e buscas na mente. Passou por mim e nem notou que eu o olhava. Tinha uma chave na mão. Eu peguei o primeiro suspiro e entrei em seu coração.
Ele procurava cinco livros para abrir, eu não entendia o que significava. Pude-me ver olhando-o ali passando vagarosamente naquela estrada.
Por vários lugares ele passou. Por pomares, altares e casas. Em nenhum deles ficou. O caminhante então encontrou o que procurava.
Estava escondido de baixo de uma mesa cheio de poeira e todo esquecido, brilhante e formosa sua beleza, tão jogado e precioso parecia ser aquele livro.
Então ele o abriu e para o meu espanto, outra chave. Dali rapidamente partiu como se fosse uma ave.
Logo encontrou mais um livro e nele outra chave se encontrava, assim foi perdendo quilos viajando pela bela estrada.
Enfrentou chuvas e calos, raptou uvas e rosas, achou unhas e cravos e damas o afastando outrora.
Por não saber se era a estrada correta algum tempo levou. Ali sua fome começava e ali sua sede terminou.
Encontrou mais adiante os livros que faltavam e o último mais que brilhante em sua frente se prostrava.
Abriu com sua última chave o exemplar que encontrara. Ali uma imagem de um menino que buscava. Na imagem ele era o menino que, no caminho, para o caminhante olhava.
Sempre fui esse caminhante. Ao ver a minha imagem descobri o porque de eu não apoiar a profanidade e nem ser tão libertino. Amei a inocência que vira e decidi segui-la. Há um conjunto de regras e alianças me filiei. Então a moralidade e virtude eu defenderei.
Agora sou um homem bom, digo, aquele é. O dia é claro, claro! O homem é bom, digo daquele. Nem todos são, claro. Mas o homem, aquele, é.
Em seus dias ele é raro, ajuda amigos, desconhecidos e farrapos. Usa sempre de um bom julgar e normalmente quando falha sabe que o arrependimento sempre vem bem a calhar.
Debaixo do Sol anda sem cessar. Incansável ao mundo sabe se doar. Ao entardecer retorna à sua casa para a cama, o depósito de seu lar.
O bom homem, aquele, toda a noite em seu quarto derrama rios de lágrimas e deixa todo o colchão ensopado. Segue assim há anos, tanto tempo isso se passou que em seu colchão se formou com as lágrimas da dor a silhueta do seu próprio corpo.
Uma noite a mais chegando em casa o homem, aquele, notou que sua silhueta no colchão não mais estava. Poderia ter pensado que alguém limpara aquele colchão, porém o homem, aquele, ele mora com a solidão.
Ouvindo um barulho estranho do outro cômodo foi entrando uma criatura de infinita particularidade, com um olhar de familiaridade.
A criatura não era sólida e nem gasosa. Soube ele então que era real, ela era agradável, uma criatura sensacional.
Os dois conversaram a noite toda, ficaram amigos e companheiros. Agora mais uma prova de que esses dois fazem parte do mesmo.
O homem, aquele, adormeceu já muito tarde. Quando acordou notou que a silhueta estava de volta ao colchão, mas agora pela metade. Sentiu o seu corpo suando para dentro e absorvendo-se de acordo com sua vontade.
Tenho um tempo único agora, bom, feliz. O meio de um começo, um tempo meu. Vivo-o na ignorância, sem esperança. Desperdiço-o nas minhas incertezas, em minhas dúvidas.
Ganhei uma vida, uma chance nova. Duas oportunidades de nascer. Nasci, cresci. Sou um menino agora, mas já era homem.
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