A História de Samuel e Helen - parte 9
Com os olhos assustados e arregalados, novamente ele não está entende a situação. Então Samuel corre em direção a porta para sair do quarto. A enfermeira se põe em seu caminho, ele a empurra, ela cai e Samuel sai correndo do Hospital. Quando chega lá fora, vê que está sem a Bíblia de Helen. Ele volta correndo para pegá-la.
- Veja, sr. guarda. Aquele, foi aquele homem que me derrubou.
O policial corre atrás de Samuel pelos corredores do hospital. Ele o vê entrando em um quarto, o quarto em que estava antes de fugir. Quando o policial entra no quarto não vê ninguém, mas nota a janela aberta. Ao se debruçar na janela, vê que ele está fugindo pela rua.
Apesar das dores Samuel caminha sem cessar. O Sol queima no céu, o calor é intenso, ele já está no deserto. Samuel cai novamente, mas agora não foi no meio da estrada. Quando acorda, já ao entardecer, percebe que os canídeos do deserto estão o observando. Os animais foram atraídos pelo cheiro de sangue que está em Samuel.
Enquanto isso em Boêria Helen está presa na casa da sua avó. Ela está sentada na sala, seus tios a cercam para que ela não fuja e sua avó está na cozinha preparando o almoço e falando com ela:
- Sabe, minha netinha. Eu já tinha perdido às esperanças de encontrar você e seus pais. Na época que vocês desapareceram a cidade inteira veio nos visitar e consolar. Fiquei muito deprimida. Diga, minha netinha, o que aconteceu com vocês?
- Papai estava dirigindo e agente estava conversando, quando mamãe sentiu um cheiro de queimado. Papai não conseguiu fazer a curva e bateu o carro numa pedra. Eles morreram e quando eu ia morrer fui salva pelo pai de Samuel, o meu amigo.
- Quer dizer que o pai daquele selvagem raptou você e deixou seus pais morrerem dentro do carro?
- Não! Ele não fez isso.
- Como você tem tanta certeza? Algum dia você já perguntou para esse selvagem se ele tentou salvar seus pais?
- Não.
- Então, Helen. Eles queriam somente você, porque você é uma criança. Mas não tentaram salvar seus pais. Esse selvagem deixou seus pais morrerem, a culpa de todo o sofrimento e dor que você já sentiu é culpa dele. É por isso que vivemos longe deles.
- Isso não é verdade. O pai de Samuel gosta de mim.
- Como ele poderia gostar, você é branca e ele é um negro imundo. Você sabe o que Deus pensa sobre os negros. Eles são imundos e devido sua imundície o Senhor colocou uma marca sobre eles, a fim de não misturarmos com eles. Por isso sentem inveja de nós, pois temos a pele branca e sabe o que isso significa?
- Não... – diz Helen.
- Significa que somos puros – continua a avó de Helen – a cor branca representa pureza. Todas as coisas tem sua oposição, até mesmo o branco em oposição ao negro. Eles são o oposto do que nós. São desprezíveis, enquanto nós guardamos os mandamentos do Senhor. E você, minha querida, estava com selvagens esse tempo todo.
- Eles não são selvagens, eles são a minha família.
- Óh! Quão doloroso é ouvir isso. Se seu pai ouvisse isso ele morreria de desgosto. Agora sei o porquê de você perder suas boas maneiras. Quando vocês sumiram, não demorou muito e seu avô também faleceu.
Ele estava tão triste com o desaparecimento de vocês. – a avó de Helen sai da cozinha e caminha em direção a Helen – Agora você está em casa e não tem com que se preocupar, nós cuidaremos de você.
Samuel está correndo no deserto com três canídeos o perseguindo. Ele avista uma casa velha ao pé de um morro, ao lado da casa parece ter um ferro velho. Ele corre em direção ao ferro velho, os canídeos ainda o alcançam e um deles morde-o na perna, Samuel chega e pula a grade daquele lugar.
O lugar está cheio de ferragens, pneus e carros velhos. Samuel procura um lugar para se esconder, ali descansa e passa a noite.
Logo de manhã ele é acordado por barulhos, ao reparar um velho está a entrar naquele lugar onde ele está. Sentindo o receio de causar mais problemas ele espera o momento certo e corre. O velho se assusta e com a espingarda que está na mão dispara em direção a Samuel, mas não acerta nenhum tiro.
Samuel caminhou pela manhã e pela tarde toda. Já exausto ele chega à sua aldeia e cai. Ao avistá-lo, seu pai e o chefe, correm para acudi-lo. Eles o pegam e levam para a casa de seu pai, onde cuidam de seus ferimentos.
Enquanto isso em Boêria a avó de Helen está com um álbum de fotos na mão recordando o passado. Helen se sente incapaz e entrega-se a situação.
Um carro vem em direção a Samuel e quase o atropela. Está muito frio e tudo ao seu redor é acinzentado. Ele está na cidade de Boêria, sozinho. A neblina forte o desorienta, estando assim sem rumo, corre e encontra a igreja. Ele vê os dizeres “A Casa de Deus”. Sem pensar vai até a porta da igreja para se abrigar nela e chegando a porta está trancada. A igreja cresce de tamanho e do alto saltam animais de concreto com asas que correm atrás dele. Desesperado ele corre, os animais tentam pegá-lo e ele avista uma casa velha com a porta aberta, lá entra. Respira fundo e sente-se a salvo agora. A casa tem pichações nas paredes e é toda velha. O silêncio só não se faz predominante, pois um choro distante é ouvido. Aquele choro, ele já havia ouvido aquele choro outras vezes. Samuel sobe as escadas e corre no corredor. O corredor parece sem fim. Ele corre e corre. Enquanto corre as luzes vão ficando mais fracas, as paredes se avermelham. E de repente tudo está normal e ele está na frente da porta de onde vem o choro. Samuel não se mexe. Olha de um lado a outro da porta. Agora ele espreme todos os seus sentimentos em uma dor no coração que o faz sentir dor, mesmo pelo seu corpo todo. E estando assim ele leva a mão para abrir a porta, quando o faz vê um canídeo do deserto correndo em sua direção e saltando para feri-lo.
- Veja, sr. guarda. Aquele, foi aquele homem que me derrubou.
O policial corre atrás de Samuel pelos corredores do hospital. Ele o vê entrando em um quarto, o quarto em que estava antes de fugir. Quando o policial entra no quarto não vê ninguém, mas nota a janela aberta. Ao se debruçar na janela, vê que ele está fugindo pela rua.
Apesar das dores Samuel caminha sem cessar. O Sol queima no céu, o calor é intenso, ele já está no deserto. Samuel cai novamente, mas agora não foi no meio da estrada. Quando acorda, já ao entardecer, percebe que os canídeos do deserto estão o observando. Os animais foram atraídos pelo cheiro de sangue que está em Samuel.
Enquanto isso em Boêria Helen está presa na casa da sua avó. Ela está sentada na sala, seus tios a cercam para que ela não fuja e sua avó está na cozinha preparando o almoço e falando com ela:
- Sabe, minha netinha. Eu já tinha perdido às esperanças de encontrar você e seus pais. Na época que vocês desapareceram a cidade inteira veio nos visitar e consolar. Fiquei muito deprimida. Diga, minha netinha, o que aconteceu com vocês?
- Papai estava dirigindo e agente estava conversando, quando mamãe sentiu um cheiro de queimado. Papai não conseguiu fazer a curva e bateu o carro numa pedra. Eles morreram e quando eu ia morrer fui salva pelo pai de Samuel, o meu amigo.
- Quer dizer que o pai daquele selvagem raptou você e deixou seus pais morrerem dentro do carro?
- Não! Ele não fez isso.
- Como você tem tanta certeza? Algum dia você já perguntou para esse selvagem se ele tentou salvar seus pais?
- Não.
- Então, Helen. Eles queriam somente você, porque você é uma criança. Mas não tentaram salvar seus pais. Esse selvagem deixou seus pais morrerem, a culpa de todo o sofrimento e dor que você já sentiu é culpa dele. É por isso que vivemos longe deles.
- Isso não é verdade. O pai de Samuel gosta de mim.
- Como ele poderia gostar, você é branca e ele é um negro imundo. Você sabe o que Deus pensa sobre os negros. Eles são imundos e devido sua imundície o Senhor colocou uma marca sobre eles, a fim de não misturarmos com eles. Por isso sentem inveja de nós, pois temos a pele branca e sabe o que isso significa?
- Não... – diz Helen.
- Significa que somos puros – continua a avó de Helen – a cor branca representa pureza. Todas as coisas tem sua oposição, até mesmo o branco em oposição ao negro. Eles são o oposto do que nós. São desprezíveis, enquanto nós guardamos os mandamentos do Senhor. E você, minha querida, estava com selvagens esse tempo todo.
- Eles não são selvagens, eles são a minha família.
- Óh! Quão doloroso é ouvir isso. Se seu pai ouvisse isso ele morreria de desgosto. Agora sei o porquê de você perder suas boas maneiras. Quando vocês sumiram, não demorou muito e seu avô também faleceu.
Ele estava tão triste com o desaparecimento de vocês. – a avó de Helen sai da cozinha e caminha em direção a Helen – Agora você está em casa e não tem com que se preocupar, nós cuidaremos de você.
Samuel está correndo no deserto com três canídeos o perseguindo. Ele avista uma casa velha ao pé de um morro, ao lado da casa parece ter um ferro velho. Ele corre em direção ao ferro velho, os canídeos ainda o alcançam e um deles morde-o na perna, Samuel chega e pula a grade daquele lugar.
O lugar está cheio de ferragens, pneus e carros velhos. Samuel procura um lugar para se esconder, ali descansa e passa a noite.
Logo de manhã ele é acordado por barulhos, ao reparar um velho está a entrar naquele lugar onde ele está. Sentindo o receio de causar mais problemas ele espera o momento certo e corre. O velho se assusta e com a espingarda que está na mão dispara em direção a Samuel, mas não acerta nenhum tiro.
Samuel caminhou pela manhã e pela tarde toda. Já exausto ele chega à sua aldeia e cai. Ao avistá-lo, seu pai e o chefe, correm para acudi-lo. Eles o pegam e levam para a casa de seu pai, onde cuidam de seus ferimentos.
Enquanto isso em Boêria a avó de Helen está com um álbum de fotos na mão recordando o passado. Helen se sente incapaz e entrega-se a situação.
Um carro vem em direção a Samuel e quase o atropela. Está muito frio e tudo ao seu redor é acinzentado. Ele está na cidade de Boêria, sozinho. A neblina forte o desorienta, estando assim sem rumo, corre e encontra a igreja. Ele vê os dizeres “A Casa de Deus”. Sem pensar vai até a porta da igreja para se abrigar nela e chegando a porta está trancada. A igreja cresce de tamanho e do alto saltam animais de concreto com asas que correm atrás dele. Desesperado ele corre, os animais tentam pegá-lo e ele avista uma casa velha com a porta aberta, lá entra. Respira fundo e sente-se a salvo agora. A casa tem pichações nas paredes e é toda velha. O silêncio só não se faz predominante, pois um choro distante é ouvido. Aquele choro, ele já havia ouvido aquele choro outras vezes. Samuel sobe as escadas e corre no corredor. O corredor parece sem fim. Ele corre e corre. Enquanto corre as luzes vão ficando mais fracas, as paredes se avermelham. E de repente tudo está normal e ele está na frente da porta de onde vem o choro. Samuel não se mexe. Olha de um lado a outro da porta. Agora ele espreme todos os seus sentimentos em uma dor no coração que o faz sentir dor, mesmo pelo seu corpo todo. E estando assim ele leva a mão para abrir a porta, quando o faz vê um canídeo do deserto correndo em sua direção e saltando para feri-lo.
Comentários
Postar um comentário